quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A história de Homer ( e NÃO É o Simpson )

          Homer era um gato. Um filhote de gato preto. Todo preto. Nasceu com uma terrível infecção nos globos oculares, a única maneira de os tecidos infeccionados não envenenarem o sangue do gatinho e matá-lo seria a total remoção de seus olhos. E assim foi feito. Homer seria pelo resto da vida irremediavelmente cego. Ninguém queria adotar o gato, e foi então que o veterinário se lembrou de telefonar para Gween Cooper, uma apaixonada por gatos. E ela aceitou o desafio de ser a dona daquele pequeno ser tão especial e cuidar dele para o resto da vida.
Homer, o gato.
          Ela batizou o gato de Homer, pois Homer é Homero em inglês ( essa história se passou nos EUA ). Homero, o famoso escritor grego, era cego. Pasma com a habilidade do gatinho, que pulava, brincava, corria, se alimentava e fazia suas necessidades no lugar certinho, Gwen se deu conta que estava mais preocupada com a "deficiência" de seu bichano do que o próprio. 
          Uma certa noite, Gwen dormia quando acordou assustada com um barulho estranho. Homer, que geralmente dormia quietinho ao lado da cama estava rosnando alto, quase igual a um cachorro. Ela acendeu um abajur que havia no criado-mudo ao lado de sua cama. Um homem, um bandido obviamente mal intencionado, espreitava seu sono. Apavorada, ela pegou o telefone quando o homem tentou reagir. Homer o atacou, avançou nele, distraindo-o e dando tempo a sua dona para pedir socorro. Naquela noite tudo acabou bem graças à coragem de Homer.
          Gwen, quando fala no assunto costuma dizer que quando aceitou aquele gatinho pensou em cuidar dele, e vejam só, ele é quem cuidou dela no final das contas.
            Todo mundo que tem gatos sabe que eles são dotados de uma sensibilidade incrível e possuem uma forma peculiar de encarar a vida. Mas Homer tinha muito mais a ensinar. Abandonado, cego e rejeitado, ele tinha tudo para ser amuado e medroso. Ninguém imaginaria que um gato sem os olhos – que precisaram ser retirados cirurgicamente para garantir sua sobrevivência – seria capaz de levar uma vida normal, com a alegria e a esperteza características dos felinos. Contrariando todas as expectativas, Homer vivia como se seus olhos não lhe fizessem falta. Era bagunceiro, implicante, temperamental, divertido e dengoso como qualquer outro gato. Gwen Cooper fazia questão de afirmar que ele não era diferente. Mas ele era. Diferente não por causa da falta de visão, mas por sua capacidade de fazer aflorar nas pessoas o que elas tinham de melhor. Parecia haver em seu espírito uma sabedoria oculta e uma energia latente que inspiravam todos à sua volta. Homer se tornou o centro do mundo de sua dona. Foi se esforçando para garantir a segurança do seu gato que ela aprendeu a estabelecer a sua própria. Foi preocupando-se com a felicidade dele que Gwen percebeu quanto estava sozinha. E foi lhe oferecendo um amor incondicional que ela permitiu que esse sentimento entrasse em sua vida. A história deste gatinho nos faz  compreender que, para conseguir o que queremos da vida, muitas vezes precisamos dar um salto no escuro, da mesma forma que Homer: confiando em nossos instintos e acreditando que sempre cairemos de pé. 
          Homer ensinou a Gwen que nós podemos ter tudo que queremos, basta não ter medo de tentar. Observando-o, Gwen percebeu que cada salto que ele dava era no escuro, e mesmo assim ele não tinha medo de tentar. E, mesmo quando errava e acabava caindo, não desistia e tentava até conseguir. Aprendendo com Homer, Gwen não teve medo de saltar no escuro e mudar sua vida, conseguindo, assim, tudo que ela sempre sonhou e que pensava que nunca poderia ter.
          O gato a inspirou a escrever um livro, nos moldes de "Marley e eu", traduzido em vários idiomas e vendido no mundo todo, iniciando assim uma promissora carreira de escritora profissional.

           Homer mudou a vida de Gwen para melhor.

          P.S: Este post é o desabafo de uma pessoa apaixonada por gatos. Cachorros são muito bons, amigos impecáveis. Mas não são os únicos. Só quem já teve o amor de um gato ( sim, eles amam o dono, criam laços afetivos de amor, amizade e lealdade, EU SEI, pois já tive isso e foi muito bom. ), sabe o quanto todas as pessoas que acusam os gatos de serem indiferentes e incapazes de amar estão erradas.


Um comentário:

  1. Fiquei feliz ao ver reparada a terrível injustiça que os gatos sofrem. Eles sempre foram, são e serão uma paixão em minha vida. Obrigado a Gwen Cooper.

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